CRÓNICAS

Ilumina-nos o caminho por: Duarte Miguel Viegas

Estamos a caminhar para o final de mais uma temporada taurina. A vila da Moita recebe
as suas festas da Nossa Senhora da Boa Viagem e uma das feiras taurinas de maior
prestígio do calendário taurino português.
O cortejo que antecedeu o ínicio da corrida foi marcado por enorme simbolismo e fé. A
Virgen de Macarena veio em procissão, com romeiros, forcados, sevilhanas e
aficionados desde a igreja matriz até à praça de toiros.
Os toiros anunciados, das divisas de Veiga Teixeira, Paulo Caetano e Álvaro Nuñez
estavam desiguais de apresentação e de jogo díspar. Para a lide a cavalo apresentaram
limitações físicas, sendo o de pior comportamento, o 2º reservado e a descair para
tábuas. Os toiros da lide apeada, com a divisa de Paulo Caetano sem presença para uma
praça de 1º categoria. Destacou-se o 1º toiro de Paulo Caetano, ainda que tenha vindo a
menos.
No ínicio, foi homenageado o antigo bandarilheiro e diretor de corrida Manuel Jacinto,
que cumpria, nesse mesmo dia, 50 anos da sua alternativa de bandarilheiro, das mãos de
Mário Coelho e José Tinoca.
Na parte equestre, muito pouco ficou para recordar. O piso demasiado pesado dificultou
o labor aos cavaleiros. António Telles andou correto, com várias passagens em falso que
tiraram brilho a atuação. Luís Rouxinol apontou uma atuação desenvolta e a procurar
argumentos para contornar as dificuldades que o toiro opunha.
As pegas foram consumadas em solitário pelo GFA Moita, por intermédio de Luís
Santinho à 1º TNT e Tiago Silva à 3º TNT.
A parte apeada foi a que trouxe maior conteúdo ao espetáculo. Emílio de Justo esteve
em bom plano frente ao primeiro do seu lote. Modelou muito bem a estrutura da faena.
De saída, lanceou vistosamente quatro verónicas de bom gosto. Na muleta, perante um
oponente escasso de poder e raça, derivada à sua limitada condição física, o toureiro
praticou um toureio de valor e ofício, trançando muletazos de grande profundidade e
bom traço. No segundo, Emílio esteve correto, tentando tourear com a muleta a meia
altura, mas sem grande sucesso, pois o toiro revelava uma investida curta.
Joaquim Ribeiro “Cuqui” apresentou duas faenas distintas. O primeiro do seu lote era
de nobre condição e tentou aproveitar as suas melhores condições. De saída, lanceou
corretamente à verónica, tendo de seguida, colocado um bom par de bandarilhas. O
matador compartiu o tércio de bandarilhas com Mariano Meira, que tirava a prova para
bandarilheiro de alternativa. Na muleta, quando praticou o toureio pela direita, as séries
de enorme valor, tirando partido da boa condição do seu oponente. Com a mão
esquerda, a situação foi diferente, pois o astado investia de forma descomposta,
começando a vir a menos a faena. No segundo, o matador tentou de tudo para que
houvesse faena, mas o toiro nunca permitiu algum tipo de luzimento.
A praça de toiros Daniel do Nascimento apresentou uma lotação de ¾ fortes de casa.
Dirigiu a corrida, a delegada técnica Lara Gregório Oliveira, sendo assessorada pelo
médico veterinário Dr. José Luís Cruz. Cumpriu-se um minuto de silêncio em memória

de António José Rodrigues, “Toino Sarilhos”, antigo cabo do GFA Moita, e ao
cavaleiro Manuel André Jorge, falecido na passada quarta-feira, 4 de Setembro.
No final, foi descerrada nas arcadas da praça, uma placa a título póstumo ao antigo cabo
do GFA Moita, António José Rodrigues.

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