Redondo | Daniel Silva passou o testemunho a Jorge Gato
O Coliseu de Redondo abriu pela segunda vez na temporada 2025 as suas portas para receber a corrida de toiros em que o grupo da terra mudou de cabo e comemorou os seus 25 anos de existência.
Uma bonita lotação de mais de três quartos aplaudiu durante toda a tarde o grupo da terra que era o protagonista da tarde.
Inicialmente, importa deixar uma nota negativa para o estado do piso que provocou algumas escorregadelas às montadas dos cavaleiros, tendo mesmo Manuel Telles Bastos sofrido uma aparatosa queda por esse mesmo motivo, felizmente sem consequências para cavaleiro e montada. Ao fim da segunda lide, antecipou-se o intervalo para que se pudesse cuidar do estado do ruedo, mas não foi suficiente.
Os Amadores de Redondo tiveram nesta tarde a dura tarefa de se encerrarem com seis toiros. Não foi uma atuação isenta de erros, com algumas dificuldades do grupo em ajudar, ainda assim conseguiram superar o desafio com dignidade. Abriu praça André Falé que consumou com correção ao primeiro intento. Miguel Ouvires consumou mais uma boa pega ao primeiro intento. Ao terceiro da ordem Daniel Silva, cabo que nesta tarde passou o testemunho, concretizou uma boa pega à primeira tentativa. O novo cabo, Jorge Gato, concretizou uma boa pega também à primeira tentativa ao quarto toiro da ordem. No quinto foram cometidos erros, fruto da inexperiência do forcado da cara, que levaram a que André Mestre concretizasse à quarta tentativa. No último, Francisco Nobre viu o toiro sair solto e passar-lhe ao lado na primeira tentativa. Consumou à segunda com uma extraordinária primeira ajuda de Daniel Silva, cabo que havia pegado de caras o terceiro da ordem. Daniel Silva teve durante toda a tarde excelentes intervenções em diferentes pegas, sendo mais que merecida a volta à arena no último toiro a acompanhar o cavaleiro e o forcado da cara.
Lidaram-se nesta tarde seis toiros da ganadaria Jorge Mendes, bem-apresentados na generalidade. Foram díspares de comportamento. O primeiro cumpriu, embora não transmitindo e faltando-lhe entrega. O segundo reagia ao castigo, embora fosse algo distraído. Com algumas crenças o terceiro da ordem. O quarto foi um toiro com alguma mobilidade, cumprindo. Muito complicado o quinto, a adiantar-se às montadas. Ao sexto faltava prontidão, sendo algo brusco nas investidas.
Abriu praça Manuel Telles Bastos que realizou duas lides muito corretas, sem defeitos a apontar. No segundo do seu lote, como antes referi, sofreu uma aparatosa queda felizmente sem consequências. Voltou a montar e cravou um dos melhores ferros da tarde, um grande momento de toureio!
Miguel Moura realizou a melhor lide da corrida ao primeiro do seu lote. Esteve muito bem a lidar o toiro, deixando muito bons apontamentos de brega, com destaque para a forma como rematou os ferros. Lide a mais, a terminar com um ferro de palmo rematado de muito boa forma com o cavalo a dobrar-se muito bem e a levar o toiro junto à barriga. Diante do seu segundo, um toiro que se adiantava muito nos ferros, fez os possíveis para lhe dar a volta, conseguindo uma atuação digna.
Joaquim Brito Paes sentiu bastantes dificuldades na sua primeira atuação. Teve por diante um toiro que revelou algumas crenças e não lhe facilitou a tarefa. Acabou por não conseguir dar a
volta ao oponente. No final da lide, com muita dignidade e humildade, recusou dar volta, embora concedida pela direção de corrida. A sua segunda prestação resultou melhor e chegou ao público, sobretudo pela emotividade das sortes ao pitón contrário. Foi uma série de quatro ferros curtos que chegaram às bancadas, com destaque positivo para o segundo da série.
No intervalo da corrida, os Amadores de Redondo foram homenageados pelos seus 25 anos de existência pela madrinha do grupo, pelo presidente da autarquia e pelo presidente da junta de freguesia.
Dirigiu a corrida Rúben Fragoso, assessorado pelo médico-veterinário Dr. José Miguel Guerra.
Tiago Correia