“Praça cheia, toca o hino”- Caldas da Rainha
A Praça de Toiros das Caldas da Rainha, no ano em que comemora o Centenário do Maestro Manuel dos Santos reabriu portas na data mais taurina de Portugal!
15 de Agosto – 18H, Praça à Cunha! Não cabia um “alfinete”, ambiente como de antigamente.
Do cartel faziam parte os Cavaleiros João Ribeiro Telles, Francisco Palha e o jovem Vasco Veiga que tirou prova para cavaleiro praticante.
Reapareceu (em boa hora) o Matador de Toiros “Pedrito de Portugal“.
Vestiram as Jaquetas das Ramagens os Grupos de Forcados Amadores de Santarém e Caldas da Rainha.
Lidaram-se 7 Toiros da prestigiada Ganadaria de Manuel Veiga, bonitos e rematados de apresentação pelo que de dispares em comportamento.
Abriu praça o Cavaleiro da Torrinha, João Telles no primeiro do seu lote, teve por diante um bonito e bem apresentado de Manuel Veiga, bravo e nobre.
João deixou a ferragem da ordem à tira com decisão e de forma acertada.
Na ferragem curta, o Cavaleiro da Torrinha bregou e deixou bem colocado o seu oponente, este que se arrancava de qualquer terreno, João deu-lhe distâncias e vantagens cravando ao estribo com reuniões ajustadas, rematando as sortes.
No segundo do seu lote, o mesmo foi devolvido aos curros por lesão, tendo sido lidado um sobrero da mesma divisa a história foi outra, um de Manuel Veiga complicado e reservado, João cumpriu na ferragem da ordem. Na série de curtos, ligou de forma extraordinária a lide, ladeando de forma arriscada para que o toiro estivesse sempre ligado à garupa da montada, João deixou o seu oponente nos médios, partindo para “cima “, fazendo uma pequena batida ao “piton” contrário e cravando no centro do “ruedo” de alto a baixo e ao estribo. Para fechar com um rotundo triunfo, sacou a sua montada estrela “Ilusionista”, de praça a praça, deixando-se ver e partindo para cima do de Manuel Veiga fazendo uma pronunciada batida ao “piton” contrário e cravando de forma cingida. Público de pé, tarde triunfal!
Francisco Palha, cavaleiro de risco e emoção não teve sorte no lote que lhe tocou nesta tarde.
Iniciou funções frente a um encastado mas complicado e manso de Manuel Veiga, que cedo se rachou e procurou a sua crença natural. Palha deixou 3 compridos de boa nota, sendo que na série de curtos lidou e bem o seu oponente tentando sempre manter a ligação com o Toiro que teimava em desligar-se da montada. Deixou curtos de boa nota, cravados ao estribo procurando sempre a verdade.
No segundo do seu lote não foi diferente. Um de Manuel Veiga complicado, desligado da lide, manso e de arreões. Francisco Palha deu-lhe a lide possível, bregou e deixou uma série de importantes curtos, de grande nota foi um a “sesgo”. Melhores tardes virão! Francisco não precisa de provar nada aos aficionados, é uma Figura !
Lidou também nesta tarde um Toiro da mesma divisa o Cavaleiro Praticante Vasco Veiga que nesta tarde prestava provas para Cavaleiro Praticante que quanto a mim terá sido aprovado com distinção.
Vasco Veiga tem noções de lide, uma boa conexão com o público e o mais importante sabe ler o seu oponente.
O seu segundo comprido foi senão dos mais ajustados e importantes que vi esta temporada. De frente e arrancando-se para o oponente cravando de forma ajustada e cingida. Na série de curtos deixou bons ferros, rematando as sortes. Mais tardes virão, cartéis de maior peso virão! Condições ? Tem todas !
Foi nesta tarde quente e de um ambiente inigualável ao do Oeste que o afamado Matador de Toiros “Pedrito de Portugal” reapareceu nas arenas Portuguesas.
Um Toureiro de corte fino e rasgos de genialidade, Pedrito faz muita falta ao nosso toureio a pé.
Pedrito no primeiro do seu lote não foi feliz, por falta de condições do seu oponente. Um Toiro reservado sem capotazos ou muletazos possíveis por ambos os pítons, Pedrito tentou sacar algo do seu toiro mas sem sucesso, ressalvando uma boa tanda de derechazos.
No segundo de seu lote viu-se o toureio caro e clássico de Pedrito. Recebeu um bom de Manuel Veiga por verónicas, rematando com artistas meias verónicas. Na série de muleta, bonitos derechazos de pés assentes na arena rematando com ajustados passes de peito. Foi pela mão esquerda, a mão da verdade que o melhor aconteceu. Que naturais caros, que naturais de verdade, tocando com a pança da muleta ao piton do toiro e lavando embebida a investida do de Manuel Veiga. Para quando cartéis mistos com “Pedrito de Portugal “? Para quando mais empresas apostarem nas Corridas Mistas ? Em boa hora aconteceu, reaparição triunfal deste grande Matador de Toiros luso que tanto levou o nome de Portugal além fronteiras.
No capítulo das ramagens foi também um tarde dura.
O Grupo de Forcados Amadores de Santarém pegou o primeiro do seu lote ao primeiro intento, o segundo à primeira tentativa e o terceiro ao quarto intento.
Já o Grupo de Forcados Amadores de Caldas da Rainha pegou o primeiro da ordem a uma duríssima quinta tentativa e o segundo de seu lote ao primeiríssimo intento.
Assim foi uma tarde de 15 de Agosto nas Caldas da Rainha, de Praça à Cunha com um ambiente castiço e taurino. Honrou-se o nome do Maestro Manuel dos Santos, o mais importante Matador de Toiros Luso que tanto fez por a Portugal.
Duarte Justino