Diego Ventura “montou” o seu espetáculo no regresso a Lisboa
Diego Ventura é um dos nomes mais destacados do toureio a cavalo. Considerado por muitos como o nº1 mundial, distingue-se pela sua forma de tourear poderosa, elevado sentido de lide, mas também pela capacidade de criar emoção em cada investida, de fazer vibrar a praça do princípio ao fim.
Foram precisos 8 anos para que Diego Ventura regressasse ao Campo Pequeno. Muitas são as questões que se podem colocar para estar neste espaço de tempo sem vir à “Catedral do Toureio a Cavalo”.
Quando vem a Portugal, desperta o interesse do aficionado, que deposita nele a sua máxima confiança. Prova desse facto, é a designação Esgotado .
Os toiros de Ribeiro Telles tinham apresentação homogénea, com peso elevado, mas de jogo desigual. Distraídos e sem se empregarem, além de notar nula força. Propícios para o toureio de Diego Ventura.
Diego Ventura protagonizou os melhores momentos da noite. Pôs o público de pé com um toureio extravagante. Aos seus toiros, faltou-lhes algo de vida, mas, Ventura manteve a chama acesa do seu toureio. Montou o seu próprio espetáculo. Frente ao seu primeiro, apostou num toureio frontal e em cites curtos, já que o toiro denotava uma carência de mobilidade. Destaque para a 2º ferro curto, de grandíssima execução. No seu segundo, pôs o frenético e fervoroso público rendido ao seu toureio. Foi uma lide muito bem estruturada, com domínio completo das sortes, uma maestria e um sentido de lide inigualáveis. Finalizou a sua atuação com três ferros de palmo em sorte violino, pondo os aficionados de pé.
Tristão Ribeiro Telles teve uma digna confirmação de alternativa. As suas atuações foram similares de conteúdo. De saída, recebeu os dois toiros em sortes de gaiola, cravando os ferros compridos com poder e decisão. Na fase de curtos, teve fases distintas. Na primeira, destaque para os 2 primeiros ferros curtos. Mérito pela forma como captou a atenção do seu oponente que demonstrava muita distração. No segundo, a 1º e 3º bandarilhas curtas foram de elevada nota.
João Ribeiro Telles teve uma passagem correta por Lisboa. Os dois oponentes que enfrentou tinham distinta condição. O seu primeiro demonstrou falta de mobilidade e, por isso, a atuação teve um conteúdo vazio. No seu segundo, um toiro de melhor condição, faltou animosidade ao seu toureio e a atuação não chegou a atingir outro nível.
Nas pegas, os toiros não complicaram a vida dos forcados.
Pelo grupo de Vila Franca, efetivaram todas as pegas à 1 tentativa, por intermédio de Lucas Gonçalves, Rodrigo Andrade e Guilherme Dotti, superiormente ajudados e com muita coesão por parte do grupo.
Pelo grupo dos Académicos de Coimbra foram caras Martim Rodrigues e João Gonçalves à 2 tentativa, e António Pinto Basto à 1 tentativa. As duas primeiras pegas do grupo poderiam ter sido consumadas à 1 tentativa, porém os forcados da cara não reuniram de forma eficiente.
Dirigiu a corrida o delegado técnico Tiago Tavares, assessorado pelo médico veterinário Dr. Jorge Moreira da Silva. Prestação assertiva e com critério por parte do “inteligente”.
Duarte Viegas